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E a nossa ferrovia?

Por décadas a fio o povo mato-grossense esperou a conclusão da tão sonhada ferrovia Senador Vicente Vuolo (Ferronorte). Agora, quando essa se aproxima do Centro Geodésico da América Latina, Cuiabá, novos fatos se apresentam com a priorização de outras possibilidades, até então, não cogitadas, deixando a população da região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá apreensiva.

O trem chegará à Cuiabá?

Novos rumos foram traçados sem que a população mato-grossense tivesse a oportunidade de se manifestar.

Conforme noticiado no site do Ministério do Planejamento em junho de 2015, referente às obras do PAC, para a ferrovia entre Lucas do Rio Verde (MT) e Miritituba (PA) serão destinados R$ 9,9 bilhões; consta também a projeção de R$ 40 bilhões para o trecho brasileiro da Ferrovia Bioceânica (também chamada transoceânica ou transcontinental), que interligará o Centro-Oeste e o Norte do país ao Peru.

Trata a nova ferrovia como sendo um investimento estratégico para o escoamento de produção agrícola via Oceano Pacífico até os mercados asiáticos.

Apesar de no site anunciar a ligação do Centro-Oeste do país e Norte ao Peru, o que tem sido noticiado na imprensa é que a ferrovia atravessará o continente, ligaram oceano Atlântico ao Pacífico. Trata também da ligação de Lucas do Rio Verde ao Pará como fato isolado, e não como uma complementação da malha ferroviária federal.

É de estranhar, há um ano a ferrovia planejada para Mato Grosso era a Senador Vicente Vuolo. Tanto que a matéria veiculada em 4 de maio de 2014, no site Portos S.A., Revista de Logística e Comércio Exterior,com o título: “sai o traçado da ferrovia entre Rondonópolis e Cuiabá” noticiava a conclusão do estudo de viabilidade dessa Ferrovia e estimativa em R$ 1,4 bilhões o custo do trecho.

E ainda que técnicos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) haviam entregado à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) o modelo do traçado ideal para a ligação ferroviária entre Rondonópolis e Cuiabá.

Porém, pelas notícias atuais, a prioridade do momento deixou de ser a continuidade da Ferrovia Senador Vicente Vuolo até Cuiabá e sua continuidade até o Norte do Estado e em sequência a região Norte do país. Ferrovia que serviria ao abastecimento da região mais populosa de Mato Grosso, ao transporte de insumos, combustíveis e ao mesmo tempo o escoamento da safra e dos produtos aqui industrializados.

A facilidade no transporte favoreceria a industrializaçãode Mato Grosso e o beneficiamento da matéria prima aqui produzida. Um ano após a entrega dos estudos, pelo qual o governo mato-grossense aguardava ansioso, surge nova prioridade, fora do até então planejado. Pensando apenas em “escoamento da safra”, exportação de minérios e não mais na produção ou recepção de produtos industrializados para o abastecimento do consumo interno ou mesmo combustíveis e insumos para a produção agrícola.

Vemos que o Brasil, na contramão da economia, está se desindustrializando. Estamos enviando matéria prima bruta para o exterior e produzindo empregos na China. Grande número de indústrias brasileiras se transferiu para lá enquanto dispomos de mão de obra ociosa.

No sentido inverso importamos diversos produtos chineses até então desnecessários ou mesmo inconvenientes, como sacos plásticos para lixo produzidos com resíduos sólidos reciclados. Em resumo, o lixo chinês já está sendo depositado no Brasil, na forma de produto industrializado.

Entendemos a ligação ferroviária Leste–Oeste como benéfica ao país, à Mato Grosso, ao governo chinês e aos empreendedores do Norte mato-grossense, porém devemos ter o cuidado com as condições impostas pelo governo chinês para a implantação do empreendimento.

Assim como não podemos descartar a continuidade de um planejamento viário iniciado há décadas e onde já foram investidos muitos recursos, que é acontinuidade da implantação da Ferrovia Senador Vicente Vuolo. Tais ferrovias somente farão sentido se interligadas entre si e a outros modais de transporte.

Referente à posição da Região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá, estando localizada no “Centro Geodésico da América do Sul”, não pode ficar desconexa das principais vias de transporte nacional, tanto ferroviárias, rodoviárias, aeroviárias e mesmo hidroviária sob o risco de ser excluída do processo produtivo mato-grossense.


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